segunda-feira, 22 de março de 2010

BENEDICTION - SALVADOR - 2010




Antes de tudo. Este é um depoimento sentimental. Não há o mínimo de profissionalismo. Pois estava arrebatado então não levem em consideração se deixei passar alguma coisa. 20 anos na senda do underground ainda fico surpreso com a força desse fenômeno. Sábado nublado em Salvador. Tudo preparado pra receber uma lenda viva do Death Metal Old School: BENEDICTION! O evento estava marcado pra começar às 20 horas mas como sempre nunca começa. Mesmo com as mudanças de última hora o evento foi um sucesso. O Benediction foi a primeira banda. Massacrando os ouvidos com uma chuva de clássicos. O som estava perfeito. Marshalls estourando os tímpanos. A banda extremamente coesa. Dave Hunt não deixa nada a dever a Barney Greenway. Dá conta do serviço de maneira impressionante e profissional, sem contar na simpatia, dava pra ver a satisfação dele perante o público. Um frontman como poucos. Guturais do mais alto nível.Foi pura entrega. O ogro careca Nicholas Barker simplesmente destilando velocidade e precisão nas baquetas deu um show a parte. Mesmo com o ar condicionado no talo o suor descia no palco. A energia da banda simplesmente contagiante. Mas o ápice do show foi quando anunciou Subconcious Terror. A resposta do público foi imediata. Enfim foi um show pra ficar na memória do underground nordestino. Logo após a Into The Corpse, banda que tem como baterista uma lenda viva da cena extrema soteropolitana: Tovar, um dos membros fundadores de umas das bandas mais inusitadas que o Brasil conhece: Bosta Rala. No estilo splatter com pitadas de gore a Into The Corpse deu o recado. Porque mesmo depois da pedrada que foi o show do Benediction eles conseguiram mandar bala com um repertório nojento digno de qualquer necrotério. Todos no estilo, vestidos com máscara de gás, vocal ininteligível, grave até o talo, maravilhosamente desconjuntado, insanidade cirúrgica a dar em doido. Logo após minha cachola já estava repleta de cerveja e não acho justo relatar com imprecisão sobre o resto do evento. E tivemos que sair mais cedo para retornar a Aracaju cidade onde moramos. Mas tenho certeza que as outras bandas:ESCARNIUM, POISONOUS, INSIDE HATRED, deram seu recado com profissionalismo e perfeição. Mesmo a Escarnium que tocou desfalcada de um dos seus membros por motivos de saúde. A cena de SSA está de parabéns. Show pacífico, sem stress, cerveja gelada, som excelente. Que venham mais lendas para as plagas nordestinas. Stay extreme metal!

fotos: Ralf.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Sarkaustic - Same old story


Tudo começou com uma brincadeira em 2003. E a peraltice continua firme sete anos depois. Sarkaustic é o que poderíamos classificar de um exemplo purista. Como eles mesmo definem Thrash/thrash. O disco bem que poderia se chamar Same old School. Same old story soa desprentesioso, divertido e nostálgico. A masterização segue à risca os padrões dos anos 80. O acabamento gráfico simples mas eficiente transmite com qualidade a intenção da banda. A faixa que nomeia o disco é direta. Riffs certeiros. Bela maneira de se contar uma história bizarra. “Make me god” segue no mesmo rumo. Cadência reta. Destaque pro diálogo das guitarras.Crítica social e religiosa com alto nível de ironia. “No other chance” é daquelas faixas de gerar redemoinho. Mas sinto falta de um vocal mais agressivo, esse detalhe não tiraria a intenção purista da banda de seguir as raízes clássicas do Thrash Metal. “Aimless” , variações, cadência hipnótica, vocais limpos. Típica faixa onde a banda demonstra o domínio dos instrumentos. “Anger: free” , a penúltima. Riffs fortes e graves. É thrash até a veia. Ódio pela vida destilado, passado revivido em alto e bom som. “A lesson in violence (Exodus tribute)” mostra de onde tudo se originou. Que a brincadeira dure mais sete anos e mais. Thrash Metal ubber rules!!

Nota: 7/10
Selo: Independente
Data de lançamento: ?/?/?
Website: www.myspace.com/sarkaustic

Tracklist:
01 – Same old story (S.O.S.)
02 – Make me god
03 – No other chance
04 - Aimless
05 – Anger: free
06 – A lesson in violence (Exodus tribute)

sábado, 6 de março de 2010

Pentacrostic - The meaning of life


20 anos de dedicação ao metal extremo. 6 álbuns. É um prazer inigualável ouvir The Meaning of Life, álbum mais recente do Pentacrostic: o nome fala por si só. Remanescente das profundezas do metal nacional, mostra maturidade sonora aliada a novos elementos em sua música sem se deixar levar por excessos ou maneirismos que muitas vezes desvirtuariam os mais novos. Outrora com uma pegada death/doom Pentacrostic surpreende em The Meaning of Life, álbum conciso, forte e equilibrado. Todos os elementos que consagraram o estilo se fazem presentes: peso, velocidade, sonoridade old school, solos limpos e bem executados. A capa traduz a essência da banda numa bela imagem. “Morbid desires” mostra ao que veio. Inicia-se com blast beats esquentando o pavilhão auricular. Depois entra no thrash para logo após cadenciar a cachola headbanger numa atmosfera doom que finaliza a música com perfeição. “Enemy of life’s enemy” me faz sentir em plenos 80/90. Solos belos, alavancadas perfeitas, pratos aplicados de maneira brilhante. “Mistake” começa na porrada, mantém por alguns minutos, e decrescente a música transmuta-se, alcançando uma transe até findar num final abrupto e surpreendente. “Sign of betrayal” é puro anti-cristianismo, um soco na fuça dos hipócritas que no mínimo não conhecem história e se deixam levar por um ideal tão manipulador; curta e grossa, uma das melhores faixas. “The meaning of life” é caos, desesespero, futuro decadente, a música é mosh puro, bumbos executados com perfeição, um perfeito exemplo de como uma música pode ter vários elementos sem ser tedioso e equivocado. Mesmo sendo a faixa mais longa dá o recado com maestria. “Cannons of pain” é uma das faixas mais enérgicas do álbum, ataques bem colocados, que me perdoem os puristas, mas tem um belo groove essa faixa. “Is death...an illusion of pain?” interroga e confunde num momento de poesia existencialista. “Damnation of all sinners” segue a paulada do resto do álbum, mais discurso anti-religioso, riffs que remetem ao black metal. “World’s devastation” é paranóia nuclear na veia, descrença total nos ideais humanos. “Welcome to the suffering” finaliza o disco no melhor estilo rápido e rasteiro. Constante, feroz e insano. Eis o exemplo e espero que seja seguido pelas novas gerações. Afinal 20 anos não são 20 dias!
Nota: 8/10
Selo: Old Pride Records
Data de lançamento: ?/?/2009
Website: www.myspace.com/pentacrosticbr

Tracklist:
01 – Morbid desires
02 – Enemy of life’s enemy
03 – Mistake
04 – Sign of betrayal
05 – The meaning of life
06 – Cannons of pain
07 – Is death…an illusion of pain?
08 – Damnation for all sinners
09 – World’s devastation
10 – Welcome to the suffering